Fonte: Jornal da Cidade (parte principal, exceto n oba-oba em torno dos políticos)
Uma data histórica para a consolidação de Bauru como polo regional de saúde ocorreu nessa terça-feira (4), no Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP), na Capital. A abertura da primeira turma de graduação em Medicina, com 60 vagas iniciais já para 2018, saiu da gaveta.
A aprovação, com 67 votos dos 97 conselheiros, foi condicionada. Conselheiros de outras unidades da USP mostraram preocupação com a garantia de recursos para sustentar a criação do curso. Zago pediu apoio aos conselheiros e negociou, ainda ontem, que a abertura da graduação em Medicina fosse condicionada à assinatura de convênio junto à Secretaria Estadual de Saúde para dar suporte estrutural ao funcionamento do novo hospital, no câmpus, e financeiro. Ao JC, o governador garantiu que cumprirá o acordado.
A USP abriu mão do "predião", construído com recursos públicos, mas que está ocioso há anos. O Estado aceitou assumir o prédio e, em parceria com a Prefeitura de Bauru, vai reorganizar leitos de alta e média complexidade para o novo Hospital Geral. Os serviços do Hospital de Base entram na redistribuição. Servidores do Centrinho serão absorvidos pela nova estrutura e as faculdades de Medicina de Ribeirão Preto e de São Paulo prometeram apoio na formação do curso e com docentes.
VESTIBULAR JÁ SERÁ ABERTO EM AGOSTO
Segundo a USP, serão 60 vagas para o primeiro ano de funcionamento do curso, em 2018; previsão é chegar a 100 alunos por turma em 2022
As inscrições para o vestibular da Fuvest, que, a partir de agora, passará a incluir o curso de Medicina do câmpus da USP de Bauru, começam em pouco mais de um mês. O prazo para confirmar a participação no processo seletivo irá de 21 de agosto a 11 de setembro deste ano.
A primeira fase do exame será realizada em 26 de novembro e a segunda fase, entre 7 e 9 de janeiro de 2018. Ao todo, serão abertas 60 vagas para o primeiro ano de funcionamento do curso, sendo 42 definidas pela Fuvest e 18 pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A intenção é ampliar o número gradativamente, até chegar a um total de 100 alunos por turma a partir de 2022.
Vinculado à Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), o curso começará em 2018 e contará, inicialmente, com 46 professores e profissionais não-docentes, entre médicos e enfermeiros. Para 2018, serão contratados dez professores e as demais vagas devem ser supridas com o apoio de funcionários do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Centrinho, e de professores da FOB e dos cursos de Medicina mantidos pela USP em São Paulo e Ribeirão Preto.
No quarto ano de atividade, o número de funcionários e docentes chegaria a 56. Diretora da FOB e superintendente do Centrinho, Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado explica que, para transformar o curso em realidade, os recursos iniciais serão mínimos.
"Utilizaremos a estrutura que já temos na FOB e no Centrinho. Neste primeiro momento, a USP em Bauru está suficientemente equipada para receber os alunos. E temos convênio formal com os hospitais da cidade, fora a rede de atendimento do município. Há uma sinergia onde o aluno estará inserido", frisa.
HOSPITAL
A intenção é, até o final de 2017, já ter estabelecido o cronograma de implantação dos dois primeiros anos da Medicina em Bauru. Maria Aparecida explica que o maior volume de investimentos será demandado a partir do quarto ano, quando o hospital deverá entrar efetivamente em funcionamento no "predião" que fica ao lado do Centrinho, dentro do câmpus da USP.
"Calculamos que sejam necessários R$ 11,8 milhões para equipar o prédio e os recursos virão do governo do Estado", esclarece. Com isso, Bauru passará a contar com seis hospitais públicos.
Hoje, o edifício azul - ou "predião", que possui cerca de 22 metros quadrados de área e 11 pavimentos, tem cerca de dois andares e meio ocupados por serviços prestados pelo Centrinho. A previsão é de que, quando estiver em pleno funcionamento, o hospital abrigue 220 leitos, sendo 10 de UTI adulto e 10 de UTI infantil, o que deve garantir significativa redução na fila de espera por vagas hospitalares em Bauru