Servidores paralisam maior parte dos setores; categoria protesta nas ruas e na Câmara
O primeiro dia de greve dos funcionários públicos municipais contou com a adesão de cerca de 1,1 mil pessoas, o que corresponde a um terço da categoria. A paralisação atingiu praticamente todos os setores – o Sindicato dos Funcionários da Prefeitura, Autarquias e Empresas Municipais de Jaú (Sinfunpaem) afirma que os serviços considerados essenciais não pararam ou tiveram parcela do efetivo garantido.
Os servidores se queixam da falta de reajuste nos salários, e diante da ausência de contraproposta ao pedido inicial de 8,6%, deflagraram a greve na última quinta-feira.
A coleta de lixo em bairros da margem direita do Rio Jaú já foi afetada. Hoje, é provável que as regiões da margem esquerda sintam os efeitos da greve. A adesão nas escolas foi expressiva. Em praticamente todas as unidades, parte dos professores e funcionários parou. Em pelo menos duas delas, até mesmo direção e coordenação participaram do movimento. No Centro de Produção Municipal (Ceprom), faixas avisavam sobre a paralisação das atividades.
O Comércio do Jahu também verificou serviços que funcionaram, como repartições do Paço Municipal e da Secretaria de Desenvolvimento e Trabalho, além de grupo de agentes de trânsito, que cuidava da instalação de placas à tarde, próximo à Igreja São Sebastião.
Os funcionários que aderiram são orientados a cumprir a jornada de trabalho no paço, onde desde ontem se concentram as manifestações da campanha salarial. Pela manhã, os trabalhadores fizeram passeata nas ruas centrais. À tarde, lotaram o saguão do Paço Municipal e o plenário da Câmara durante a sessão legislativa (leia texto).
De acordo com a presidente do Sinfunpaem, Eliana Aparecida Contarini, o movimento preserva 40% do das ações essenciais e não compromete o trabalho da área de saúde, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“O nosso salário não pode ser congelado, porque nada congelou: aluguel, medicamento, nada congelou”, enfatizou a dirigente em entrevista postada na página do Comércio no Facebook, no fim da tarde.
O grupo de servidores Luta distribuiu panfletos em que cobra, além do reajuste, o restabelecimento da merenda escolar e do fornecimento de remédios e a diminuição dos cargos comissionados (sem concurso).
A reportagem apurou que a Prefeitura de Jaú vai ingressar na Justiça contra a greve dos servidores municipais. A argumentação do Município deve se embasar em eventuais abusos do movimento grevista (prejuízos nos serviços) ou falhas no rito que deve ser seguido para garantir a paralisação.
Ações dessa natureza podem ser ajuizadas tanto na Justiça do Trabalho quanto na Justiça comum, dependendo do teor dos argumentos e dos pedidos. A Prefeitura pode pedir, por exemplo, a suspensão da greve em caráter liminar – quando o Poder Judiciário aprecia alguma matéria com urgência.
A questão do aumento também pode ser judicializada, ou seja, um juiz do trabalho pode determinar quanto o Poder Executivo precisa conceder de reajuste. (jgd)