Panfletagem, carro de som, convocação de todas as categorias fazem parte das ações para parar a cidade no dia em que o País protesta contra as reformas trabalhista e previdenciária
Jaú vai participar da Greve Geral convocada pelas centrais sindicais para o dia 28 de abril em protesto pelas reformas que acabam com os direitos dos trabalhadores. A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (12/04) em reunião realizada na sub-sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Dirigentes de pelo menos dez sindicatos de trabalhadores da cidade estiveram no encontro, no qual foram definidos os procedimentos para a adesão à Greve Geral no Brasil. Um ato de apoio à Greve Geral será realizado na praça ao lado da Estação Rodoviária - o ponto de encontro será às 8h, com a presença de trabalhadores, desempregados e sindicalistas.
"Vamos para as ruas" - Entre os sindicalistas na reunião estava a presidente do Sindicato da Saúde de Jaú, Edna Alves. "Temos de ir para as ruas, vamos panfletas os hospitais e levar o máximo de trabalhadores para o protesto", diz ela, ressaltando que o objetivo é parar a cidade e seguir o que as centrais planejaram para o dia.
O objetivo é fazer com o governo volte atrás nas propostas de reforma trabalhista e previdenciária e na terceirização. Edna lembra que a Federação Paulista da Saúde está mobilizada contra as reformas. Inclusive, Edna e a diretora Sofia Borges distribuiram entre os participantes a Carta Aberta à População, elaborada pela entidade da saúde e que aponta os prejuízos para os trabalhadores em caso de aprovação das reformas.
A reunião de sindicalistas e movimentos de luta foi uma iniciativa da Apeoesp, por meio da coordenadora da sub-sede local, Maria de Lourdes Mantovani Pavan. Este é o segundo momento de união dos sindicalistas jauenses, que estão mobilizados para criar o Conselho Sindical.
Também estiveram no encontro dirigentes dos sindicatos da Construção Civil, dos Comerciários, dos Rurais, dos Rodoviários, do Judiciário, dos Professores, dos Sapateiros e ainda dos movimentos Luta (servidores públicos municipais), Anel Jaú (estudantil), Juventude do PSTU e Coletivo Raízes.
Ações da Greve Geral - Além do ato de apoio à greve geral, os sindicalistas definiram outras ações para mobilizar os trabalhadores e a população em geral em defesa do protesto nacional contra o governo.
Panfletagem em fábricas, hospitais e para a toda a categoria, publicação de anúncios na imprensa, outdoors, carros de som, faixas de protestos também fazem parte das ações. Uma prévia do protesto nacional vai ser realizado no dia 22 de abril, a partir das 9h, com uma panfletagem coletiva no centro da cidade, convocando todos para a Greve Geral.
No encontro, todos os sindicalistas tiveram a oportunidade de falar sobre o momento atual da categoria. Para Lurdes Pavan, da Apeoesp, essa greve do dia 28 é de um dia só, de aviso, mas a necessidade em prol dos trabalhadores é de uma greve geral "por tempo indeterminado".
Segundo ela, os trabalhadores "estão sendo golpeados" em seus direitos" e que as reformas que tiram os benefícios não vão ter fim. Para ela, Jaú precisa fazer um grande ato de protesto no dia 28, precisa parar as categorias profissionais e atrair a região para criar um grande impacto.
A Apeoesp entende que o ato marcado para a praça ao lado da rodoviária é representativo para todos os sindicatos. É o momento de lutar contra o inimigo comum, que é o governo Temer e o Congresso Nacional que atacam a classe trabalhadora.
"Não vá trabalhar dia 28" - Para Mário Ezequiel Perobelli, do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Jaú e Região, o momento é especial, tendo em vista a gravidade das iniciativas do governo. Ele aponta a união de todas as centrais sindicais como fato importante para que a Greve Geral tenha êxito.
Para Perobelli, se não tiver uma ampla mobilização o trabalhador corre o risco de perder todas as conquistas históricas. "Esse ato tem de ser grande, trazer sindicatos das cidades vizinhas para participar e mostrar que Jaú trabalha".
Ele pede aos trabalhadores para ficarem em casa no dia 28 e reforçarem o movimento de protesto. "Não vão trabalhar. Perca um dia para não perder todos os direitos de uma vida", convoca. "Essa é a greve geral mais fácil de fazer", diz, lembrando que é para garantir a sobrevivência e os direitos de todas as categorias.