"Mesmo que estivéssemos trabalhando, a defasagem seria grande. Muitos setores dos hospitais estão com déficit de funcionários. A Famesp tem colocado a população em risco faz tempo", critica Noel Moreira, presidente do SindSaúde.
Cerca de 150 funcionários da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) realizaram uma passeata, nessa terça-feira (11) à tarde, pela cidade. Com faixas e cartazes, os grevistas, que são funcionários dos hospitais de Base e Estadual, bem como da Maternidade Santa Isabel e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), pediam atenção da população às suas reivindicações. O ato terminou na Câmara Municipal.
Em frente ao prédio do Legislativo, representantes do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Bauru e Região (SindSaúde), que representa a categoria, tentaram contato com vereadores para pedir apoio ao movimento, que já chega ao 12.º dia de paralisação.
A Famesp, que, desde essa terça-feira (11), iniciou o desconto dos dias não cumpridos aos empregados escalados que não compareceram ao trabalho, aponta que mais de 4 mil exames, a maioria laboratoriais, foram cancelados por conta da defasagem provocada pelo movimento, assim como 334 cirurgias eletivas, 100 consultas e outros 163 exames gerais.
A fundação diz ainda que segue empenhando todos os esforços "para evitar ainda mais prejuízos à população, já que a parte na negociação depende de decisão judicial (TRT de Campinas-SP)".
O SindSaúde, por sua vez, refuta o prejuízo apontado pela Famesp. "Mesmo que estivéssemos trabalhando, a defasagem seria grande. Muitos setores dos hospitais estão com déficit de funcionários. A Famesp tem colocado a população em risco faz tempo", critica Noel Moreira, presidente do SindSaúde.
Segundo ele, o movimento segue com 350 grevistas e sem prazo para retorno ao trabalho. Eles reivindicam 9,49% de reajuste. A Famesp oferece um aumento de 3% no salário-base e 18,58% no vale-alimentação.