O presidente Michel Temer afirmou que o governo admite negociar alguns pontos da reforma da Previdência, mas descarta alterar a proposta de estipular a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria.
"A idade é fundamental para essa reforma", disse Temer em entrevista nesta segunda-feira (16).
A proposta de reforma enviada ao Congresso prevê, além da idade mínima de 65 anos, um tempo mínimo de 25 anos de contribuição.
O governo aceita negociar outros pontos polêmicos que já foram citados por líderes no Congresso como difíceis de serem aprovados. Entre eles, a desvinculação do Benefício de Prestação Continuada
-pago a pessoas com deficiência- do reajuste do salário mínimo e a necessidade de contribuição de 49 anos para que o trabalhador receba o valor máximo da aposentadoria.
Temer disse que sua maior preocupação é com o desemprego, mas admitiu que a retomada das contratações pode demorar, já que, mesmo com a recuperação da economia, as empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomar contratações.
"Acho que neste ano o país cresce a partir do segundo semestre", disse. "Mas não vamos também nos iludir que logo agora vamos ter a solução para todos os problemas, por uma razão muito singela: muitas empresas demitiram, mas muitas mantiveram sua capacidade ociosa."
"Então, quando se retoma o crescimento, num primeiro momento as empresas passam a usar essa capacidade ociosa, o trabalhadores que estão lá, e depois começam as contratações."