Presidente do Sindicato da Saúde de Jaú volta da Colômbia com sensação de que trabalhador de lá sofre ainda mais do que o brasileiro, mas vê fortalecimento no movimento sindical daquele país
De volta da Colômbia, onde esteve na cidade de Medellin para participar da 4ª Conferência Regional da UNI-Américas, a presidente do Sindicato da Saúde de Jaú e Região, Edna Alves, analisa a situação sindical e dos trabalhadores. Ela fez parte da delegação da Federação Paulista da Saúde, que contou ainda Elaine da Silva Amaral, presidente do Sindicato da Saúde de Franca.
Elas foram delegadas da entidade paulista no encontro internacional promovido pela UNI Américas, que é o braço continental da Uni Global Union. O tema da conferência foi "Vamos Juntos Companheir@! Com seu querer e minha vontade". Diversos assuntos estiveram em debate, inclusive a Conferência das Mulheres, onde Elaine integrou a mesa e Edna ficou de suplente. O evento ocorreu de 6 a 9 de dezembro.
O objetivo foi definir o Plano Estratégico 2016-2020 da entidade, tendo como base eixos sobre processos de sindicalização em empresas globais e regionais, responsabilidade social das empresas, apoio às campanhas de organização, fortalecimento da negociação coletiva e o crescimento dos sindicatos.
Direitos lá e cá - Após participar de palestras, debates e de fazer um tour por Medellin, inclusive na parte pobre da capital, Edna Alves voltou com a sensação de que o trabalhador colombiano sofre ainda mais do que o brasileiro. "A carga horária lá não é fixa, não tem limite para trabalhar. Também não recebem cesta básica. Sem contar que não têm muitos direitos que nós conquistamos fruto da nossa luta sindical."
Essa situação naquele país, segundo ela, é fruto da fraqueza do movimento sindical, com poucos trabalhadores filiados. "Muitas empresas não deixam o trabalhador se filiar. Os sindicatos representam várias categorias, sem a divisão que existe no Brasil. Ainda bem que o movimento sindical está começando a se fortalecer na Colômbia".
Lá como cá os trabalhadores da saúde também enfrentam problemas com a terceirização. "Isso, aliás, é no mundo todo", comenta Edna Alves. Ela teme que o sindicalismo brasileiro perca forças com as medidas adotadas pelo governo. O medo é que as conquistas se evaporarem, igualando o trabalhador brasileiro ao colombiano.
"A Conferência Regional da Uniglobal na Colômbia teve um significado especial por ocorrer num país que sofre pela violência de uma guerra que dura muitos anos e causa muitas vítimas, inclusive muitos trabalhadores. O povo colombiano, mesmo com derrotas, continua lutando para que haja um crescimento.
"Uma Conferência como essa nos traz conhecimentos para poder ver as diferenças entre um país e outro, para fortalecer a luta cada vez mais pela categoria que representamos. Obrigado à Federação, em nome do presidente Edison, por estar sempre lutando pelos nossos profissionais", finaliza Edna Alves.
Mais saúde na viagem - A Conferência Uni contou ainda com outros profissionais da saúde ligados à Federação. Representaram o Sindicato da Saúde Campinas e Região a vice-presidente, Sofia Rodrigues do Nascimento; a diretora de Comunicação, Maria Neves, e as diretoras Juliana Karine Machado Rodrigues e Regiane Amaro Teixeira.
Para o presidente da Federação Paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira, a iniciativa da Uni Américas é de suma importância, “pois é uma oportunidade para expandirmos nossas atividades, unir forças e buscar o fortalecimento da categoria em nível mundial".
UGT também participou - Durante a participação do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, na Conferência da UNI-Américas, ele falou sobre a necessidade de mudança e a importância da UNI e dos jovens para esta constante transição.
O presidente agradeceu o papel fundamental da secretária regional da UNI-Américas, Adriana Rosenzvaig, e do Secretário Geral da UNI Global Union, Philip Jennings, ambos de saída pelo grande legado de mudanças no papel da UNI. "Sabemos que, independente de governos, a tecnologia avança e desemprega. Portanto, temos que discutir política. Faz parte, mas a tecnologia avança independente da cor de governo."