Após recuar em outubro pela primeira vez em 2016, a taxa de juros média cobrada no rotativo do cartão de crédito voltou a subir em novembro e atingiu 459,5% ao ano, segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgado nesta terça-feira (13).
A taxa mensal subiu de 15,39% em outubro para 15,43% em novembro. Ainda assim, o juro médio cobrado no mês passado foi inferior aos 15,49% de setembro.
O juro médio de empréstimos de pessoas físicas foi de 8,20% em novembro (157,47% ao ano), mesma taxa de outubro. Na linha de cheque especial, a taxa atingiu 12,56% ao mês (313,6% ao ano).
O diretor da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, diz que a tendência é que as taxas voltem a cair, acompanhando o afrouxamento da política monetária promovido pelo Banco Central. Na reunião de novembro, a última do ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica Selic em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano.
"Com certeza essa queda eventualmente será repassada para as taxas de juros das operações de crédito e será observada na próxima pesquisa de juros, a ser divulgada em janeiro de 2017".
A expectativa é que o BC continue a cortar os juros, o que vai diminuir o custo de captação dos bancos e pode se refletir em queda nas taxas de empréstimos. Apesar disso, ressalta, a crise econômica segue pressionando os índices de inadimplência, o que pode limitar o repasse da queda dos juros para os consumidores.
Das seis linhas de crédito analisadas pela Anefac, uma ficou estável em novembro (financiamento de veículos). As taxas de empréstimo pessoal concedido por bancos e por financeiras caíram, enquanto juros do comércio, cartão de crédito rotativo e cheque especial subiram.