Outubro foi marcado pelas ações da campanha Outubro Rosa, de prevenção e controle do câncer de mama. Mas a população ainda desconhece alguns fatores de risco importantes para a doença, como revela uma pesquisa feita com 270 pessoas no metrô de São Paulo.
Álcool, obesidade e genética são alguns dos fatores de risco para a doença que a maioria das pessoas ignora. Segundo o levantamento, 86% dos participantes não acreditam que o consumo de álcool pode aumentar o risco de câncer de mama. Segundo uma pesquisa divulgada em julho, o consumo de álcool está diretamente relacionado a sete tipos de câncer, incluindo o de mama.
Para 78% das pessoas que responderam à pesquisa, a obesidade não está relacionada ao surgimento do câncer de mama, mais um exemplo de desconhecimento da população sobre a doença. Segundo uma análise feita em 2002 pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, em inglês), o câncer de mama é um dos 13 tipos de câncer relacionados ao sobrepeso.
Os paulistanos também têm poucos conhecimentos sobre o papel da genética no câncer de mama. Somente 2% das mulheres e 8% dos homens consideram que filhas, sobrinhas e irmãs de mulheres que tiveram câncer de mama têm mais risco de desenvolver a doença. A percepção vai contra achados científicos que apontam para várias mutações genéticas relacionadas ao câncer de mama.
O levantamento sobre o conhecimento da população sobre o câncer de mama faz parte da campanha Cada Minuto Conta, parceria entre União Latino-americana Contra o Câncer da Mulher (Ulaccam) e a Pfizer, e teve o apoio da ONG Oncoguia.
Câncer mais comum entre mulheres
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Segundo estimativa do Inca, o Brasil deve ter 57.960 novos casos de câncer de mama em 2016. O câncer de mama também pode atingir homens, mas apenas 1% dos casos da doença correspondem a eles.
Em 2013, último ano com dados disponíveis, 14.388 pessoas morreram de câncer de mama no Brasil, sendo 14.206 mulheres e 181 homens.
Diagnóstico
A realização anual da mamografia para mulheres a partir de 40 anos é importante para que o câncer seja diagnosticado precocemente.
O autoexame é muito importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e perceba com facilidade qualquer alteração nas mamas e assim procure rapidamente um médico. Vale lembrar que o autoexame não substitui exames como mamografia, ultrassom, ressonância magnética e biopsia, que podem definir o tipo de câncer e a localização dele.
Tratamento
O câncer de mama tem pelo menos quatro tipos mais comuns e alguns outros mais raros. Por isso, o tratamento não deve ser padrão. Cada tipo de tumor tem um tratamento específico, prescrito pelo médico oncologista. Entre os tratamentos estão a quimioterapia e radioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia.