BRASÍLIA - O Ministério da Saúde deve anunciar nos próximos dias a compra de kits de diagnóstico para zika. Os testes serão usados na rede pública. De acordo com informações obtidas pelo Estado, a meta é de que os estoques do produto comecem a ser distribuídos em novembro.
A confirmação da infecção por zika é ainda considerada um desafio na rede pública. Os exames realizados atualmente nos serviços públicos usam uma metodologia cara e demorada. Trata-se do exame PCR, que busca traços do vírus em amostras coletadas do paciente. Os exames que serão adquiridos a partir deste ano se baseiam na identificação de anticorpos contra o zika, produzidos pelo organismo do paciente.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já concedeu registro para cinco testes de diagnóstico contra zika.
O kit rápido para diagnóstico é considerado como uma ferramenta importante sobretudo para acompanhar gestantes. A zika é uma doença que em 80% dos casos não apresenta sintomas. Quando afeta mulheres grávidas, no entanto, a infecção pode aumentar o risco de o bebê nascer com uma síndrome que pode levar à microcefalia, problemas nas articulações e visão. O exame também será útil para testar bebês. Hoje, quase um ano depois de o Brasil decretar emergência em saúde pública, há ainda um grande número de casos suspeitos de microcefalia aguardando confirmação. O equivalente a 30% dos casos notificados entre 2015 e 2016.
A ferramenta também é essencial para dar mais agilidade na análise de casos de pedidos para o Benefício de Prestação Continuada, concedido a crianças com microcefalia que vivam em famílias cuja renda per capita não ultrapassa um quarto de salário mínimo.