O Serviço Único de Saúde (SUS) pode morrer nos próximos anos. Este cenário foi apontado em palestra realizada na manhã desta terça-feira (18), no segundo dia do 18º Encontro Paulista da Saúde.
O 18º Encontro Paulista da Saúde, promovido pela Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, é realizado de 17 a 20 de outubro na Colônia de Férias Firmo de Souza Godinho, em Praia Grande.
O palestrante José Alexandre Buso Weiller, doutorando em Economia da Saúde pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, abordou o tema “A abertura do sistema de saúde para o capital estrangeiro”. Ele deixou claro em sua apresentação que o sistema de seguridade social no País está sendo transformado pelas medidas econômicas e pela legislação que escancara as portas da saúde para o capital internacional.
Especialista em Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e FGV e diretor-geral do Complexo de Saúde de Mauá (FUABC). Alexandre Weiller apresentou recortes da imprensa nos quais mostram a "invasão" internacional na saúde, a principal delas foi a aquisição da seguradora Amil pela norte-americana United Health.
O doutorando destacou ainda os investimentos sociais do Brasil, muito aquém dos principais países do mundo - 15%, ante mais de 20 a 30% no exterior. Também apontou o orçamento minguado na saúde pública. "O País tem de investir o triplo do que se investe hoje", avisa. Segundo Weiller, é justamente o contrário que se apresenta com a proposta governamental e a PEC 241, congelando os investimentos no setor por 20 anos.
Esse cenário na retração de investimentos públicos é o que abre as portas para a internacionalização do setor, conforme revela Alexandre Weiller. Junta-se a ela outras leis que permite a chegada do capital estrangeiro, a obrigação de empresas fornecerem planos de saúde para o trabalhador e a criação do plano de saúde popular. Tudo isso, somado, pode levar à morte do SUS como é hoje.
Para tentar evitar um futuro tenebroso para o cidadão ele recomenda a unidade dos sindicalistas e a mobilização da sociedade. Ele próprio distribuiu um manifesto da Frente em Defesa do SUS: "Acorda! Querem Acabar com a Saúde do Brasil”.