Veja opinião do presidente da Federação dos Trabalhadores na Saúde do Estado de São Paulo, publicada no jornal da entidade. O jornal completo (PDF) pode ser acessado no site do Sindicato da Saúde de Jaú e Região (
www.sindsaudejau.com.br)
No início de maio, a polí- tica no Brasil estava em ebulição. Com o afastamento de Dilma Rousseff, muito se esperou do governo interino de Michel Temer para corrigir os erros da última gestão e retomar o crescimento da economia no País, sem comprometer os investimentos na área da saúde. Entretanto, não tem sido isto que temos visto. Embora seja fundamental que o governo interino promova medidas de corte de gastos para minimizar a crise econômica no Brasil, entendemos que ele está fazendo isto de forma bastante equivocada ao dar sinais claros de que investimentos nas áreas da saúde e educação serão comprometidos. Entre as ações que mais preocupam são a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016 e a reforma da Previdência. A PEC propõe, por prazo de 20 anos, um limite máximo de despesas primárias para cada um dos poderes da União igual às despesas primárias executadas em 2016, atualizadas anualmente pelo índice da inflação. Se aprovada esta proposta, será feito um corte brutal tanto nos investimentos com saúde e educação como em benefícios dos trabalhadores.
Já, na reforma da Previdência, o governo estuda, entre outras medidas, definir uma idade mínima para a aposentadoria, igualar ou pelo menos reduzir a diferença de tempo de contribuição entre homens e mulheres e desvincular os benefícios pagos pela Previdência do salário mínimo. Já chegou a ser cogitada a idade mínima de 70 anos para aposentadoria. Ou seja, em Estados, como Maranhão e Alagoas, onde a expectativa de vida entre homens não ultrapassa os 66 anos, os habitantes destas regiões iriam trabalhar a vida toda sem direito à aposentadoria. A Federação Paulista da Saúde entende que cortes de custos para solucionar as crises econômica e política no País precisam ser feitos, mas não devem atingir direitos e benefícios dos trabalhadores, que foram conquistados com muita luta e mobilização. A categoria da saúde é contrária às chamadas iniciativas econô- micas ditas como transitórias, mas que criam problemas ainda maiores para os trabalhadores. Para que o Governo Federal não cometa esse erro com a população é fundamental a união dos trabalhadores para pressionar o poder público a realizar cortes onde realmente precisam ser feitos. Saúde tem que ser trabalhada com responsabilidade pelos nossos governantes e nós não vamos permitir novos retrocessos de direitos para a categoria
Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores da Saú- de do Estado de São Paulo.