Em reunião realizada nesta segunda-feira (16/05) no Palácio do Planalto entre o presidente interino Michel Temer (PMDB) e representantes das centrais sindicais, ficou estabelecida a criação de um Grupo de Trabalho, que será coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para discutir a reforma da Previdência. O grupo vai contar com a participação de dois membros de cada central e a primeira reunião será quarta-feira (18/05) em Brasília.
O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, participou da reunião e informou que o presidente em exercício espera que o grupo apresente em 30 dias uma proposta para solucionar a questão da previdência, em que um dos pontos mais fortes é a adoção de uma idade mínima unificada para aposentadoria. Todos os sindicalistas presentes mostraram-se dispostos ao diálogo e avaliam que há uma série de medidas que podem ser tomadas antes de se pensar em alterar as regras da previdência, e repetem a defesa de que os trabalhadores não podem pagar a conta da crise econômica.
Ricardo Patah foi enfático ao demonstrar discordância com a unificação das idades entre homens e mulheres. "Hoje, se a gente analisar, a mulher ganha muito menos que o homem, em média. É assediada, estuprada, morta. Como é que podemos comparar da mesma forma. Acho que pode até ocorrer mudanças desde que haja políticas de não discriminação, que haja salários paritários, porque senão estamos fazendo uma injustiça muito grande", afirmou, antes de se reunir com Temer e os ministros do governo.
Além do presidente da UGT, Ricardo Patah, estiveram na reunião representantes das centrais Força Sindical, NCST e CSB. Também participaram os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Ronaldo Nogueira (Trabalho).