Estudo publicado na revista científica Lancet mostra que um quinto da população brasileira adulta, ou quase 30 milhões de pessoas, é obesa.
O número é maior entre as mulheres: 23% delas, ou 18 milhões, eram obesas em 2014. Entre os homens, o índice é de 17% (11,9 milhões).
Os números colocam o Brasil entre os países mais obesos do mundo. Entre os homens, só fica atrás de China e EUA; entre as mulheres o Brasil fica em 5º, atrás também de Rússia e Índia.
A comparação é feita em números absolutos e todos os países listados estão entre os mais populosos do mundo.
No ranking masculino, o Brasil está à frente da Índia, que tem população maior que a do Brasil.
Em 1975, o Brasil estava em 10º no ranking de homens obesos e 9º no de mulheres.
Por outro lado, o estudo mostra que o país melhorou em relação a pessoas abaixo do peso: o Brasil aparecia em 9º nos dois rankings em 1975 e agora está em 18º entre os homens e 13º entre as mulheres. Cerca de 3% da população adulta brasileira (4 milhões) estão abaixo do peso.
São consideradas obesas, de acordo com a pesquisa, pessoas que tem o IMC (índice de massa corporal) acima de 30. Para se calcular o IMC deve-se elevar ao quadro a altura da pessoa e dividir pelo peso o resultado obtido.
Mundo
A pesquisa, coordenada por cientistas do Imperial College London, comparou o IMC de cerca de 20 milhões de homens e mulheres de 1975 a 2014. Os dados se referem a 186 países.
O estudo conclui que há mais adultos no mundo classificados como obesos do que como abaixo do peso.
Diz também que um quinto dos adultos do mundo será obeso em 2025 e que as chances de atingir as metas da ONU para frear a obesidade nos próximos dez anos são "virtualmente zero". O objetivo da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que em 2025 os índices não sejam maiores que os de 2010.
Seguindo a pesquisa, desde 1975 a obesidade triplicou entre homens e dobrou entre mulheres. O número de obesos passou de 105 milhões em 1975 para 641 milhões em 2014.
Enquanto isso o número de pessoas abaixo do peso aumentou de 330 milhões para 462 milhões no mesmo período. Mas caiu em termos proporcionais: de 14% para 9% em homens e de 15% para 10% em mulheres.
O principal autor do estudo, Majid Ezzat, disse que há uma "epidemia de obesidade grave".
"Nossa pesquisa mostrou que em 40 anos nos fizemos a transição de um mundo em que o número de pessoas abaixo do peso era o dobro das obesas para um em que há mais obesos que pessoas abaixo do peso".
"Embora seja reconfortante saber que o número (proporcional) de pessoas abaixo do peso caiu nos últimos anos, a obesidade global chegou a um ponto de crise."