Cerca de 300 dirigentes sindicais da saúde se reúnem no 1º Workshop Paulista de Organização Sindical, em Atibaia. O objetivo do encontro é embasar todos os dirigentes sindicais para as negociações coletivas que os 13 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo estão enfrentando ou vão enfrentar em 2016.
Os debates começaram no dia 17 e se estendem até 20 de fevereiro, em Atibaia. Durante este período, serão debatidos assuntos de relevância para a área da saúde, especialmente a unificação da pauta de reivindicações no Estado de São Paulo.
A proposta é organizar os 13 sindicatos filiados à Federação paulista da Saúde e, em conjunto, buscar melhores condições para a categoria e para a sociedade. "Para nós, trabalhadores da saúde, é importante a unificação de uma pauta, uma vez que será cerca de 600 trabalhadores lutando juntos por uma mesma causa e isto fortalece a negociação”, destaca o presidente da Federação paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira.
Na abertura dos trabalhos, Edison lembra que já foi elaborada uma pauta de reivindicações única. “Queremos encontrar formas para unificar a data-base da categoria e também uma pauta de reivindicações para todos. Com isto, teremos muito mais chances na hora de uma negociação, principalmente em um momento tão conturbado pelo qual passa o País”, diz Edison Laércio de Oliveira.
Leide Mengatti, presidente do Sinsaúde Campinas e Região, o sindicato anfitrião deste evento, destacou que este encontro é importante para que todos unam forças e trabalhem juntos. “Estamos aqui para somar e para avançar na luta da categoria no Estado, mas tudo isso não para aqui. Nossa luta deve continuar em nossas ações para fazer da categoria da saúde o melhor lugar do pódio, já que estamos em ano de Olimpíadas”, diz.
Dando sequência, Dr. Raimundo Simão de Melo, que por anos trabalhou no Ministério Público do Trabalho (MPT) e hoje é assessor da Federação, falou sobre as negociações de acordos e convenções coletivas e alerta os sindicalistas de que num momento tão difícil da economia, o sindicato tem uma carga muito pesada na hora de negociar um bom acordo para os trabalhadores. “Mas não se pode fraquejar. O sindicato tem que mobilizar os trabalhadores de sua base, lutar e fazê-los entender que juntos são mais fortes para fazer um bom acordo.”
Ele ressalta que os sindicatos têm que dar trabalho para o MPT quando não há acordo entre sindicato e patrão. Tem que discutir, tem que confrontar e se posicionar para defender os representados. “Nem sempre o MP consegue acordo entre as partes e aí fica difícil, porque o MP entende que tem que haver acordo”, diz.
Para Raimundo, a Súmula 227, que garante as cláusulas sociais, está servindo para acomodar o dirigente sindical, que não faz questão de negociar, visto que a referida súmula garante o que já existe no acordo/convenção anterior. “Isto não pode acontecer. É preciso negociar sempre”, diz.
O economista do Dieese, na subseção da Federação paulista da Saúde, Luiz Fernando Rosa, também fez panorama sobre a conjuntura econômica do País e compartilha da mesma opinião de Raimundo Simão quanto à negociação de um acordo ou convenção para a categoria. Segundo ele, o caminho para o País será da crise é demorada. “Precisa reavaliar caminhos com um plano econômico. Isto não resolve o problema agora, mas é a solução para começar a sair da crise”, sinaliza ele.
Pauta de reivindicações
Pensando na unificação da data-base e pauta de reivindicações, Luiz Fernando Rosa, compilou, a pedido da Federação, todas as cláusulas das convenções, que no total são 25, e uniu as mais benéficas para os trabalhadores, tornando uma única pauta. A unificação da pauta foi o tema que compôs a Carta de São Paulo, documento aprovado por todos os dirigentes sindicais no 17º Encontro Paulista da Saúde junto com todos os dirigentes sindicais, em novembro do ano passado.