Presidente do Sindicato da Saúde, Edna Alves, é entrevista pela reportagem e lamenta medida adotada pela Santa Casa
fonte: Comércio do Jahu (texto e foto)
A unidade de Jaú da Rede de Reabilitação Lucy Montoro encerra nesta quinta-feira (4/12) suas atividades. Inaugurado em 2010, o ambulatório atendia pacientes com deficiência e dificuldades de locomoção. Além de distribuir próteses e órteses, a unidade disponibilizava treinamento sobre o uso desses equipamentos e sessões de fisioterapia.
O atendimento médio era de 180 pacientes por mês, provenientes de 67 cidades. Com o fechamento, ainda não há informações sobre onde essas pessoas passarão a ser atendidas. Por meio de nota, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência lamenta o encerramento das atividades e “garante que todos os pacientes serão atendidos”.
A outra pasta estadual responsável por assuntos relacionados à Rede Lucy Montoro, a Secretaria de Saúde, não respondeu à reportagem até o fechamento desta matéria.
O ambulatório funcionava em Jaú por meio de convênio entre a Santa Casa e o Estado. O repasse anual do governo ao hospital para custeio da Rede Lucy Montoro na cidade era de R$ 1,8 milhão. A filantrópica não respondeu ontem sobre os motivos do fechamento. Anteriormente, havia afirmado que o acordo estava onerando a instituição.
Na primeira quinzena de novembro, os cerca de dez funcionários da Santa Casa que trabalhavam na Lucy Montoro foram notificados formalmente de que seriam dispensados, e hoje é o último dia de cumprimento de aviso prévio.
Nesta semana, o esforço principal foi na desmontagem, mudança e estocagem dos equipamentos e material de trabalho. Alguns dos funcionários teriam recebido propostas, do próprio hospital, de recontratação.
Continuidade
Uma das possiblidades, não confirmadas pelas autoridades responsáveis, na sequência do tratamento dos pacientes da unidade de Jaú é o encaminhamento para a Rede Lucy Montoro de Botucatu, que está em fase final de construção e deve iniciar atividades no ano que vem.
A Prefeitura de Jaú informa não ter condições de custear essa obrigação. O prefeito Rafael Agostini (PSB) diz que o Executivo, com a queda de arrecadação, tem dificuldades em arcar com as despesas já existentes, como atenção básica e urgência e emergência.
“Temos de cumprir nossas obrigações constitucionais, não dá para assumir mais um convênio. Temos a unidade de pronto-atendimento (UPA) para inaugurar e outros serviços para começar”, pontua o prefeito
Sindicalista Edna Alves lamenta medida
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindicato da Saúde) de Jaú e Região, Edna Alves, lamenta o encerramento das atividades do ambulatório de Jaú da Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Para ela, trata-se de “perda grande para o Município”.
“Tem muitas pessoas fazendo tratamento nesse centro de reabilitação, que presta excelente serviço. Agora, gostaria de saber onde esses pacientes serão atendidos”, questiona. Conforme fontes oficiais, ainda não há informações sobre onde essas pessoas passarão a se tratar.
O governo do Estado de São Paulo apenas garantiu que os pacientes serão atendidos. “E ainda tem os dez funcionários que foram demitidos, ainda mais com essa crise. A homologação está marcada”, diz Edna. (MO)