O número de casos de bebês nascidos com microcefalia já ultrapassa a marca de 500. O crescimento impressionou técnicos do Ministério da Saúde, que hoje deve divulgar os indicadores oficiais. A doença ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses. Há duas semanas, diante do aumento de casos, foi decretado estado de emergência sanitária nacional. A maior suspeita é a de que os números, até então nunca vistos em nenhum País do mundo, resultem da infecção da mãe durante a gestação pelo zika vírus.
O pesquisador da Fiocruz Rivaldo Cunha estima que o Brasil chegue ao fim do ano com cerca de 2 mil casos de microcefalia. “Estamos diante de uma tríplice epidemia”, afirmou, em referência a zika, chikungunya e dengue, doenças que têm o transmissor em comum: o mosquito Aedes aegypti.
Neste ano, os indicadores de dengue bateram recorde, tanto em notificações de infecções quanto de mortes. Números indicam que a chikungunya, que chegou ano passado ao Brasil e permaneceu nos primeiros meses concentrada em um pequeno número de cidades, também está avançando. Em 2014, a infecção foi identificada em 3.657 pessoas, residentes em oito cidades. Neste ano, os casos suspeitos são mais de 8 mil e estão espalhados em pelo menos 44 municípios de 8 Estados (Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rio Grande do Norte), além do Distrito Federal.
Articulações. Somente em Pernambuco foram notificados 785 casos suspeitos de chikungunya. Embora o risco de morte seja menor, a doença pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente por meses impossibilitado de executar tarefas simples, como se vestir ou se alimentar.
Diante dessa situação, o governo reativou um grupo especial, que entrou pela primeira vez em ação durante a pandemia da Gripe A. São 17 ministérios que coordenam o combate ao mosquito Aedes aegypti.
Fonte: Estadão