Procurador regional do Trabalho na região de Campinas, Ronaldo Lira, e o médico do trabalho, Koshiro Otani, falam das mortes no ambiente de trabalho

 

Saúde e segurança no ambiente de trabalho foi um dos assuntos discutidos por trabalhadores da categoria no 17º Encontro Paulista da Saúde ocorrido em Praia Grande. O procurador regional do Trabalho na região de Campinas, Ronaldo Lira, e o médico do trabalho, Koshiro Otani, falaram das mortes no ambiente de trabalho. O Brasil é o quarto país do mundo com mais vítimas.

O Encontro Paulista da Saúde ocorreu de 11 a 14 de novembro e "abordou questões sobre financiamento e gestão da saúde e os problemas que afetam a categoria no ambiente de trabalho", diz a presidente do Sindicato da Saúde de Jaú e Região, Edna Alves, que foi acompanhada por uma delegação de oito pessoas ao evento da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo. Ao todo, quase 300 pessoas se reuniram representando sindicatos de todo o Estado.

O presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, Edson Laércio de Oliveira, destacou a importância do tema: “É fundamental avançarmos neste tema, pois eles se referem diretamente ao direito dos trabalhadores”, destaca.

 

E-Social - O médico Otani explicou a importância do E-Social, sistema de coleta e envio de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais, desenvolvido pelo Governo Federal. Direitos e informações do trabalhador, inclusive acidentes de trabalho, estarão centralizados num sistema aberto a todos os órgãos do governo.

Segundo Otani, o E-Social é uma nova forma de registros de eventos trabalhistas que vai propiciar um ambiente virtual que protege os direitos dos trabalhadores: “informações que antes ficavam isoladas em sistemas distintos agora ficarão disponíveis online para diferentes órgãos do governo, como o Ministério do Trabalho e Emprego, Receita Federal, INSS e o Ministério da Previdência”, explica.

O objetivo desse novo sistema é garantir o direito dos trabalhadores, melhorar o ambiente de trabalho da empresa e melhorar a qualidade das informações.

O procurador Ronaldo Lira destacou a importância de democratizar o ambiente e as condições de trabalho. “O Brasil é o 4º país no mundo onde mais morre pessoas em ambiente de trabalho por ano. Responsabilizar o trabalhador por qualquer acidente é um erro, pois ele representa o último elo da cadeia”, critica.

Lira aponta a necessidade de avançar nas leis de segurança no trabalho e cita a Norma Regulamentadora 32, que estabelece diretrizes básicas para implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.

“Nós devemos tratar os seres humanos como seres humanos e para isso as empresas precisam, além de oferecer indenizações mais justas, responsabilizar-se de forma mais atuante em prevenção de acidentes”, finaliza.

Mais temas -  Ao longo de quatro dias, os trabalhadores debateram temas sobre conjuntura política, empregabilidade na área da saúde, participação política nas esferas de pode, motivação e campanha salarial em tempo de crise, demandas em prol da saúde como jornada de 30 horas e piso nacional e ainda a organização e fortalecimento das instituições sindicais no cenário nacional.

Advogados, economistas, consultores de trabalho, médico, consultor do DIAP e dirigentes da central UGT estiveram entre os palestrantes e debatedores.