Com a presença de três mil sindicalistas de todos os estados do Brasil, do Distrito Federal e observadores convidados de quatro continentes, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) abriu o seu 3ª Congresso Nacional na noite desta terça-feira, no Palácio das Convenções, do Anhembi, em São Paulo.
Coube a Fafá de Belém cantar o Hino Nacional na abertura do evento, que lotou o auditório Celso Furtado no Palácio das Convenções do Anhembi. Com vivas à UGT, Fafá encerrou sua participação afirmando que não pertence a partido político algum, mas sim ao partido da democracia e sempre vai estar presente quando o Brasil precisar. Ela foi aplaudida de pé.
Emocionado, o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, afirmou que era uma honra ter todos os presidentes das estaduais da central presentes ao evento e enfatizou a importância da presença feminina nas lutas trabalhistas, homenageando não só Fafá, mas a todas as mulheres presentes.
Nada menos do que dois governadores, dois ministros, um secretário estadual, representante do Ministério público do Trabalho e deputados federais e estaduais de diversos partidos e correntes políticas estiveram presentes na mesa de abertura do evento, o que confirmou o caráter plural da UGT.
10 MILHÕES
O governador paulista Geraldo Alckmin parabenizou pessoalmente Patah pela marca de dez milhões de trabalhadores de sindicatos afiliados alcançada pela UGT. “Quero cumprimentar a UGT na pessoa do seu presidente pela inovação que sempre se faz presente nessa central e que faz a diferença”, disse Alckmin. Ele aproveitou para atacar a política de juros altos praticada atualmente pelo Governo Federal, o que, na opinião dele, só prejudica os trabalhadores.
“Taxa de juros alta só serve para fazer quem tem dinheiro virar rentista. Não tem o menor sentido o Brasil ter juros tão altos porque não existe inflação de demanda e, sim, de taxas. Temos que reduzi-la (taxa) o mais rápido possível”, receitou o governador paulista.
DESTAQUES
O ministro do Trabalho Manoel Dias afirmou que a UGT é seguramente a central que mais se preocupa com a organização do trabalhador e que é fundamental que se façam no País as reformas de base com o seu apoio. “Não à toa, a UGT recebeu elogios oficiais da durante sua participação em Genebra da 104ª Organização Mundial do Trabalho”, comemorou Dias.
Também presente ao evento, o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que a UGT pode ser a central que vai fazer a diferença na busca de soluções conjuntas entre governos e trabalhadores na luta pelos direitos trabalhistas.
Gilberto Kassab, ministro das Cidades, outro que esteve presente à abertura da 3º Congresso Nacional da UGT, que tem como lema nessa edição “É Horas de Reformas”, disse que a central tem tudo para ampliar ainda mais os espaços e pregar políticas desenvolvimentistas para o trabalhador. “A UGT é mais que realidade, é uma bússola do desenvolvimento”, afirmou o ministro.
O ponto alto da noite de abertura, que levou a plateia aos de aplausos, coube à sindicalista Mary Kay, presidente do SEIU-Service Employees International Union, que é o sindicato que representa os trabalhadores dos setores de limpeza, edifícios e condomínios e vigilância nos Estados Unidos, Canada e Porto Rico.
Segundo ela, o sonho americano é uma miragem para cerca de 44 milhões de pessoas que trabalham em dois ou três empregos por valores irrisórios nos EUA. “Aqui temos a UGT que, com a sua luta e intercâmbio, posso afirmar, fortalece uma luta global por melhores salários e garantias sindicais aos trabalhadores da indústria do fastfood”.
O evento prossegue até quinta-feira no Anhembi de deve definir eleição e posse dos membros da executiva nacional e do conselho fiscal da UGT para os próximos quatro anos, entre outros temas relevantes.
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