A ABHU e a Santa Casa podem oferecer tratamento multicêntrico a pacientes SUS da ortopedia, especialmente com desgaste de joelho e quadril. O projeto PARQVE, criado na USP, foi apresentado a profissionais de saúde locais no último sábado. Os idealizadores da ação em Marília e articuladores desse evento são os médicos ortopedistas Vitor Barion Pádua e Flávio Maldonado. Vitor Barion Pádua responde pelo grupo de joelho da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário) e Flávio Maldonado, pelo grupo de prótese da Santa Casa de Misericórdia. Eles pretendem implantar o tratamento multicêntrico nos dois hospitais e deram o primeiro passo com o evento do último sábado, quando trouxeram uma das ortopedistas que mais estuda desgaste de joelho no país, Márcia Uchoa. Márcia Uchoa pertence ao grupo de joelho do Hospital das Clínicas de São Paulo e foi a idealizadora do PARQVE (Projeto Artrose Recuperando Qualidade de Vida), através da USP (Universidade de São Paulo). O projeto consiste em uma sincronia de trabalho entre o ortopedista e profissionais de saúde das áreas de fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, educação física e, ainda, profissionais de assistência social. “Convidamos profissionais de Marília de todas essas áreas e a apresentação do programa foi feita pela ortopedista de São Paulo com o apoio de toda a sua equipe multidisciplinar também”, disse Vitor Barion Pádua. A proposta dos dois ortopedistas de Marília é de que o tratamento multicêntrico seja implantado nos dois hospitais a fim de que pacientes que dependem do sistema público tenham maior compreensão de sua patologia e da necessidade de seguirem as recomendações em outras áreas de saúde. Além disso, é facilitar o acesso dessas pessoas a todos os profissionais englobados no programa, já que as filas do SUS costumam prejudicar um atendimento global dos pacientes. Ganho para pacientes e para o SUS “Em São Paulo, Márcia Uchoa tem obtido excelentes resultados, com maior adesão ao tratamento e recuperação dos pacientes, resultando em adiamentos e cancelamentos cirúrgicos”, informaram Vitor Barion Pádua e Flávio Maldonado. Os médicos mencionaram o ganho para os atendidos e para o próprio sistema público, com economia de recursos. “A estimativa de vida tem aumentado depressa e, com isso, cresceu o desgaste de joelho e quadril. O desafio é proporcionar um cotidiano de qualidade às pessoas”, mencionaram. Ambos integram a Clínica Traumato-Ortopédica de Marília Professor Doutor Hilário Maldonado. Para os desgastes de joelho e quadril, 40% do tratamento consiste em exercício físico adequado. Nos outros 60% estão o tratamento ortopédico em si, além de fisioterapia, alimentação adequada e mudança de estilo de vida em geral. Orientação multiprofissional coletiva Se colocado em prática, o tratamento multicêntrico vai possibilitar aos pacientes cursos periódicos com a presença de toda a equipe, ensinando sobre a doença, oferecendo orientações e esclarecendo dúvidas para melhorar o quadro de desgaste.