Fonte: www.comerciodojahu.com.br
A Prefeitura e a Santa Casa de Jaú se reúnem hoje para tentar estabelecer novo convênio, com menor valor de repasse. Com a abertura do pronto-socorro municipal, o hospital funcionaria como retaguarda, para atender urgência e emergência apenas de casos graves.
A reunião ocorre hoje, às 19h, na Prefeitura de Jaú. Estarão presentes o prefeito, Rafael Agostini (PT), o secretário de Saúde, Gilson Scatimburgo, o provedor da Santa Casa, Alcides Bernardi Júnior, e o diretor clínico do hospital, Luiz Alfredo Teixeira Júnior.
Na manhã de ontem, Teixeira Júnior convocou coletiva de imprensa e afirmou que o pronto-socorro municipal não consegue sobreviver sozinho, pois necessita dos serviços especializados oferecidos pela equipe médica da Santa Casa.
“Não adianta tentar desvincular a Santa Casa do Município, pois a população será prejudicada. Na visão do corpo clínico, é necessário que o pronto-socorro municipal tenha a urgência e emergência do hospital como retaguarda, para encaminhamento dos casos mais graves”, comenta Teixeira Júnior.
A assessoria de imprensa da Santa Casa informa que a entidade acumula deficit anual com o pronto-socorro de R$ 1.368.760,94, com média de R$ 114.063,41 por mês. Em nota, a assessoria divulgou que “o prefeito iria repactuar o repasse mensal caso houvesse renovação do convênio”. Segundo a nota, “não foi a Santa Casa que impôs qualquer tipo de fechamento, apenas solicitou aumento do repasse para evitar o agravamento das dificuldades financeiras”.
A reportagem entrou em contato com Agostini, que relatou que a proposta é descentralizar o atendimento e reestruturar a rede básica. “Não é investindo cada vez mais recursos em um único lugar que vamos conseguir reestruturar o serviço de saúde pública”, comenta.
Para Agostini, o pronto-socorro da Santa Casa tem fila porque recebe toda a demanda de saúde do Município. A reunião será para tentar viabilizar a existência de dois prontos-socorros, o municipal e o da Santa Casa.
Modelo
De acordo com o secretário de Saúde, o modelo ideal de funcionamento é o que vigorava até o fechamento do pronto-socorro municipal, com dois serviços de urgência e emergência para a população.
“Eu acho que é possível fazer acordo para que os dois prontos-socorros trabalhem simultaneamente. A Santa Casa é vinculada ao Estado e, normalmente, nos municípios, presta serviço de retaguarda para os casos mais graves. É necessário haver esta reunião”, afirma.
Segundo Agostini, houve acordo no começo do ano, com a Santa Casa, para elaboração de proposta de descentralização da saúde. “Eles descumpriram o acordo e querem maior repasse, sendo que não podemos nem continuar a pagar o que já pagamos. Não posso gastar R$ 9 milhões por ano com a Santa Casa”, diz Agostini. (Flaviana de Freitas)
A foto é de Luiz Alfredo Teixeira Júnior, diretor clínico da Santa Casa - foto: Tuca Melges/Comércio do Jahu