Com o fim da campanha
presidencial, o Supremo Tribunal
Federal (STF) retoma nesta
semana o julgamento de temas
polêmicos que envolvem as
finanças do Poder Executivo e
casos penais com grande
repercussão política, como o
julgamento do inquérito que
investiga a participação de
parlamentares da oposição no
suposto esquema de desvios nas
obras do Metrô de São Paulo.
Também está na pauta, a
concessão do pedido de prisão
domiciliar ao ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu. A
pressão pela indicação do
sucessor do ministro aposentado
Joaquim Barbosa, pela presidenta
reeleita Dilma Rousseff (PT),
também volta a ganhar força.
A primeira decisão do STF,
na área criminal, após as
eleições deverá ser a concessão
do regime de prisão aberta ao
ex-ministro José Dirceu. Na
semana passada, o
procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, deu parecer a
favor do benefício por entender
que Dirceu cumpriu um sexto da
pena de sete anos e 11 meses em
regime semiaberto, requisito
exigido pela Lei de Execução
Penal. A decisão será do
ministro Luís Roberto Barroso,
responsável pela execução penal
dos condenados no processo do
mensalão.
Na quarta-feira
da próxima semana (5), o
plenário da Corte deve retomar o
julgamento sobre a possibilidade
de desaposentação. Caso a
decisão seja a favor dos
aposentados, o impacto das
contas da Previdência Social é
estimado em R$ 50 bilhões. O
julgamento começou no início
deste mês e contou apenas com
voto do ministro Luís Roberto
Barroso, relator do processo, a
favor dos aposentados que
voltaram a contribuir após
retornarem ao trabalho.
Encerrada a disputa eleitoral, a
Primeira Turma do Supremo
decidirá sobre o arquivamento do
inquérito que apura o suposto
esquema de formação de cartel em
licitações do sistema de trens e
metrô de São Paulo. No processo,
os deputados federais José
Anibal (PSDB-SP) e Rodrigo
Garcia (DEM-SP), respondem na
Corte por terem foro
privilegiado.
Em
setembro, o ministro Marco
Aurélio Mello, relator do
inquérito, entendeu que a
testemunha que fez o acordo de
delação premiada com a Justiça
não apresentou provas concretas
sobre a participação deles no
suposto esquema. Após o voto
pelo arquivamento, Barroso pediu
vista do processo para esperar o
fim das eleições.
A
tarefa mais urgente da
presidenta Dilma Rousseff, em
relação ao Judiciário, será a
escolha do sucessor do
ex-ministro Joaquim Barbosa, que
se aposentou em agosto. Com a
saída de Barbosa, o plenário
está com dez dos 11 ministros
que compõem a Corte, fato que
prejudica o quórum de votações
importantes. Após a escolha, o
indicado passará por sabatina na
Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) e pelo plenário do
Senado para ter seu nome
ratificado pelos congressistas.
Dilma não tem prazo para fazer a
indicação.
Fonte e foto:
Agência Brasil