Prerrogativa, até agora restrita
para genéricos, foi definida em
resolução aprovada pela Agência
Nacional de Vigilância
Sanitária.
Medicamentos similares poderão
ser comprados no lugar do
medicamento de marca indicado na
receita médica a partir de
janeiro. A prerrogativa, até
agora restrita para genéricos,
foi definida em uma resolução
aprovada nesta quinta-feira, 9,
pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). O
texto determina que remédios
similares, agora chamados
equivalentes, terão de trazer na
bula a frase "este medicamento é
equivalente ao de referência."
As empresas terão até um ano
para fazer a mudança na bula.
A proposta
aprovada é bem diferente da que
foi apresentada em janeiro,
quando o texto começou a ser
discutido. O formato previa que
remédios equivalentes teria de
ter uma embalagem própria, com a
inscrição EQ e preços pelo menos
35% inferiores do que os
remédios de referência. Diante
das críticas apresentadas pelo
setor, a Anvisa mudou as regras.
"Em alguns casos,
medicamentos similares têm
descontos superiores aos 35%, já
há uma ampla concorrência. Fomos
alertados sobre o risco de fazer
um tabelamento pelo teto", disse
o presidente da Anvisa, Dirceu
Barbano.
Além da
alteração na bula, farmácias
passarão a apresentar, no
balcão, listas para que o
consumidor possa consultar o
nome do medicamento de
referência e o seu equivalente
para então fazer a escolha de
compra.
Até o fim
deste ano, todos os medicamentos
considerados similares têm de
apresentar testes que demonstrem
que eles são equivalentes aos de
referência, chamados de
bioequivalência e
biodisponibilidade. Esses testes
já são cobrados para
medicamentos genéricos. A maior
parte dos similares já cumpriu
essa etapa.
Atualmente, somente genéricos
podem substituir receitas de
remédios de marca, a chamada
intercambialidade. A lei que
criou genéricos, no entanto,
exigiu que até o fim deste ano,
todos similares deveriam cumprir
o mesmo processo.
A regra, no entanto, já
funciona na prática, porque é
raro postos de venda exigirem a
apresentação da receita médica
para medicamentos de tarja
vermelha. Maior rigor na venda
ocorre apenas para os remédios
controlados. "Isso precisa
mudar. Há um sentimento da
indústria, atacado e varejo que
o respeito pelas tarjas ocorra
de fato", disse Barbano.
Ele informou que, por
solicitação de integrantes do
próprio setor, o mesmo grupo de
trabalho formado para discutir a
intercambialidade passe a
debater, a partir de agora,
novas regras para as tarjas de
medicamentos. A discussão já é
feita na Anvisa. "Ela agora vai
envolver mais atores e com a
participação do ministério",
disse Barbano.
Fonte: Estadão