Dirigentes do Sindsaúde de Jaú estiveram no protesto contra aumento de 40% do IPTU em Jaú; Câmara ficou lotada; vereadores fizeram de conta que não era com eles sob gritos de "não nos representa"
(Fonte: Comércio do Jahu, ed. 17/09)
Manifestantes querem revogação de lei
Manifestação com cerca de 120 pessoas no auditório da Câmara de Jaú, ontem, provocou o encerramento da sessão ordinária do Legislativo. A reunião começou às 19h27 e foi concluída às 19h59. Os manifestantes pediam a revogação da lei que reajustou a Planta Genérica de Valores dos imóveis da cidade em 40%, aprovada na semana passada. A medida vai provocar aumento proporcional no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o que é contestado pelo vereador Charles Sartori.
O encerramento foi determinado pelo presidente da Câmara, Roberto Carlos Vanucci (PT), que alegou não haver condições de continuar os trabalhos. Ele comentou que também temia pela segurança de autoridades e da população. Os ânimos ficaram muito exaltados durante os 32 minutos de duração da sessão ordinária.
A manifestação teve início por volta das 19h, quando as pessoas se juntaram do lado de fora da Câmara. Havia no grupo estudantes, professores, aposentados e moradores de Jaú.
Dois participantes falaram e explicaram que o movimento ocorreria por causa do reajuste na PGV e consequente aumento do IPTU. Depois todo o grupo foi para o auditório do Legislativo. Cerca de 30 policiais militares, com cães, acompanharam a distância a movimentação do público.
A sessão da Câmara demorou cerca de 20 minutos para começar. Até que os vereadores iniciassem as atividades as pessoas usaram frases de efeito como: “Vem pra rua contra o aumento”, “Revoga que vamos embora”, entre outras.
Os vereadores começaram a ler os documentos da sessão pelas indicações, mas a cada vez que era citado o nome de um vereador que aprovou a correção da PGV o público vaiava em alto volume. A sessão foi interrompida pelo presidente às 19h39. Ele retornou ao plenário às 19h51 e pediu colaboração do público, mas novas vaias e palavras de ordem se seguiram até que a sessão fosse encerrada.
Enquanto saíam da sessão os vereadores tiveram de ouvir promessa dos manifestantes de que na próxima semana voltarão e continuarão a exigir que a Câmara revogue o reajuste.
Impedimento
Os vereadores não podem revogar a lei que fez a revisão da PGV aprovada na semana passada. O projeto foi votado em regime de urgência em apreciação única e está com o prefeito Rafael Agostini (PT) para ser sancionado.
De acordo com o presidente da Câmara, ele não pode tomar a iniciativa de conversar com o prefeito a respeito de alterações na lei aprovada ou envio de novo projeto. Vanucci diz que o procedimento foi legal e que apenas movimentação coletiva do Legislativo validaria a retomada do diálogo sobre o assunto. (Paulo Roberto Cruz)
VEJA VÍDEO DA MANIFESTAÇÃO
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