FONTE: COMÉRCIO DO JAHU
A procura excessiva e desnecessária pelo pronto-socorro da Santa Casa de Jaú saturou o hospital – que ontem não possuía nem sequer macas para transportar os pacientes. Doentes recebem atendimento nos corredores, enquanto nas salas de consulta há pessoas que deveriam estar em quartos. O contrassenso reside em 13 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), inaugurados em março, que ainda aguardam credenciamento e estão fechados.
O diretor clínico da filantrópica, Luiz Alfredo Teixeira Junior, convocou a imprensa pela manhã para uma visita às alas do PS. O médico estima que 85% dos pacientes que procuram o hospital poderiam ter o problema resolvido em unidades básicas da Prefeitura. Além disso, usuários correm risco de contaminação ao se expor desnecessariamente.
“Faço apelo para que só venham ao hospital casos de urgência e emergência. As pessoas estão expondo seus filhos a riscos, misturando-os com pacientes graves”, pediu o diretor.
Enfermos com suspeitas consistentes de gripe A estão isolados, porém, outros que também possuem os sintomas ainda não foram para isolamento. Três pessoas já morreram em Jaú por causa do vírus H1N1, e exame de um óbito aguarda confirmação (leia texto).
Ontem, conforme Teixeira Junior, não haveria condições de atender a uma situação grave, como um acidente de grandes proporções.
Como medidas emergenciais, as cirurgias eletivas (sem urgência) foram todas suspensas e a direção clínica pediria a reabertura do pronto-socorro infantil, que funcionava ao lado do adulto e foi fechado em fevereiro. “Eu preciso daquele espaço para dar um pouco mais de conforto e ter alguma coisa a mais para oferecer. Se chegar um acidentado, não tenho onde por”, disse.
No dia 1º de julho, termina o prazo estabelecido em acordo judicial pelo qual a Prefeitura terá de dispor de pronto-socorro municipal. O secretário de Saúde de Jaú, Gilson Scatimburgo, disse que o pacto terá de ser prorrogado, uma vez que o PS próprio não será finalizado em tempo hábil (leia texto).
Credenciamento
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde atribuiu ao Município ou ao Estado a responsabilidade pelo credenciamento dos leitos da UTI. A assessoria da Secretaria de Estado da Saúde informou que a atribuição é do governo federal e que o pedido já foi feito. “Assim que for liberado, os leitos entrarão em funcionamento”, informa a nota.
Em 2012, conforme dados obtidos pela Lei do Acesso à Informação, a União repassou R$ 18,3 milhões à entidade. No ano passado, o deficit acumulado em oito meses era de R$ 500 mil. (João Guilherme D"Arcadia e Alcir Zago)