Ganha força a mobilização dos trabalhadores da saúde em busca da valorização e dignidade profissional. A categoria tem mais uma oportunidade de mostrar ao governo e aos empresários da saúde que sem salários dignos, jornada de trabalho condizente e condições dignas de trabalho jamais haverá qualidade na saúde brasileira.
E é por isso que a Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, juntamente com os sindicatos filiados, decidiu aderir ao Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilização que as centrais sindicais programaram para o dia 11 de julho. Os trabalhadores da saúde vão se reunir às 10 horas, na sede de cada sindicato para fazer uma manifestação pública.
É a chance de exigir do Congresso Nacional e da presidente Dilma Rousseff a aprovação de melhorias que vão beneficiar os trabalhadores da saúde, mas principalmente vão melhorar a qualidade da saúde no Brasil.
POR JORNADA DE 30 HORAS
O PL das 30 horas, que tramita no Congresso há 12 anos, é um assunto que revolta os trabalhadores da saúde de todo o Brasil e os dirigentes de suas entidades representativas, principalmente porque é sempre deixado de lado quando deveria ser votado pelo Congresso Nacional. Pior: isto acontece por ingerência do Governo Federal que impede de colocar na pauta do dia um assunto de interesse nacional. Com isto evita expor a presidente Dilma que se comprometeu com os trabalhadores da saúde defender a implantação das 30 horas.
“Assim como todos os brasileiros, a categoria está cansada de promessas eleitoreiras e de manipulação. É por isto que vamos aderir a este movimento que é nacional. Vamos exigir respeito e o cumprimento das promessas”, destaca o presidente da Federação paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira. “Se os assistentes sociais e os fisioterapeutas já têm a regulamentação da jornada de 30 horas, por que não para os demais profissionais?”, questiona o diretor de Comunicação da Federação, Luiz Vergara.
Centrais sindicais apoiam a luta dos trabalhadores da saúde
Em agosto de 2012, três centrais sindicais se uniram à Federação para lutar pela causa dos trabalhadores da saúde e pressionar a aprovação dos projetos de lei que favorecem a categoria e estão emperrados no Congresso Nacional.
Dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) assinaram um documento no qual assumem este compromisso.
“Com a união das centrais sindicais, teremos mais força para exigir dos nossos políticos empenho na aprovação desses projetos. A partir de agora é coisa de central sindical”, garantiu o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Wagner Gomes, presidente da CTB e José Calixto Ramos, da NCST também assumem a ação, por meio de uma agenda positiva, visando à aprovação das 30 horas. “É um trabalho que mexe com vida, portanto não se pode errar”, lembra Wagner Gomes.
TRABALHADORES TÊM OUTRAS BANDEIRAS DE LUTA
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), entidade à qual a Federação é filiada, em conjunto com as centrais sindicais (CGTB, CSB, CTB, CUT, CSP, FS e NCST) e os movimentos sociais, decidiu organizar o Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilização, que mobilizará o País inteiro no próximo dia 11 de julho.
A decisão saiu de uma reunião realizada na terça-feira, 25 de junho, na sede da UGT, em São Paulo. As centrais definiram a pauta do dia em defesa dos trabalhadores brasileiros:
- Fim do Fator Previdenciário
- Saúde
- Educação
- 40 horas semanais para os trabalhadores em geral
- Melhoria do transporte público
- Contra o PL 4.330 sobre a terceirização
- Reforma Agrária
- Contra leilões do petróleo
O presidente da Federação, Edison Laércio de Oliveira, destaca que as bandeiras levantadas pelos estudantes brasileiros nas últimas manifestações são defendidas há muito tempo pela entidade e também pelas demais lideranças sindicais da saúde.
“É um anseio que reflete o sentimento comum de toda a sociedade que está cansada de uma política que não leva em conta as suas necessidades”, destaca, lembrando que os estudantes são os futuros gestores do Brasil que todos nós queremos. Lembra ainda de outras bandeiras de luta da Federação, como os direitos das mulheres, o fim da terceirização e a necessidade de mais investimentos para o setor da saúde.