Em assembleia realizada anteontem, os servidores municipais de Jaú (47 quilômetros de Bauru) decidiram, por 291 votos a 45, rejeitar a terceira contraproposta da prefeitura, que ofereceu reajuste de 6,41% no salário e o mesmo valor no ticket alimentação. Como já estava previsto, os trabalhadores iniciaram a greve ontem, com protesto em frente ao prédio do Executivo.
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Com cartazes e faixas, servidores municipais de Jaú protestaram em frente à prefeitura ontem |
Segundo a presidente do Sindicato dos Funcionários da Prefeitura, Autarquias e Empresas Municipais de Jaú (Sinfunpaem), Eliana Aparecida Contarini, a categoria reivindica, além do aumento de 6,41% referente à inflação, mais 4% de valor real no salário e acréscimo de R$ 100,00 no ticket, uma vez que a Câmara concedeu reajuste de 7,68% no salário dos vereadores.
Eliane explica que os 6,41% foram oferecidos pelo prefeito Rafael Agostini (PT) depois que os servidores recusaram as duas contrapropostas anteriores, uma de 1,5% e outra de 3,75% de reajuste salarial. “Estamos solicitando o aumento desde fevereiro. Um descaso”, criticou.
A orientação, de acordo com a presidente do sindicado, é manter 40% dos servidores trabalhando. “A Justiça determina entre 30% e 60%”, pontuou. Ela garante que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) irá funcionar com 100% do efetivo. Já no setor de coleta de lixo, será mantido 40% dos servidores em atividade.
Protesto
O objetivo do protesto realizado ontem em frente ao prédio do Executivo, além de chamar a atenção da população e governantes local, era montar a comissão de greve e mobilizar funcionários que não comparecem à assembleia anteontem. “O maior empregador de Jaú é a prefeitura. Sem aumento salarial, a cidade quebra”, pontuou Eliane, do Sinfunpaem.
‘Proposta definitiva’
Ontem, o secretário de governo Carlos Augusto Peres conversou com o prefeito Rafael Agostini sobre a paralisação dos servidores municipais. Segundo ele, não existe a possibilidade de novas negociações.
“Essa é a proposta definitiva dentro do possível orçamentário do município, ou seja, a reposição da inflação no valor de 6,41% referente ao reajuste salarial e ticket alimentação, além de manter o 13º vale”, disse.
Peres observa que o Executivo tem outros compromissos financeiros que inviabilizam o aumento de salário ao funcionalismo público. “Em breve, vamos inaugurar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), uma creche, entre outras obras. Precisaremos contratar muitos funcionários. Sendo assim, é inviável propiciar um aumento maior que esse”, observou.
Ele disse que será montada a comissão de greve e, a partir disso, a prefeitura tomará as medidas cabíveis juridicamente.
http://www.jcnet.com.br/Regional/2015/04/greve-comeca-com-protesto-em-jau.html