Exames clínicos identificam dengue durante epidemia
Fonte: Comércio do Jahu
Ampliar O número de casos de dengue em Jaú alterou a maneira de diagnosticar a doença na rede básica de saúde. Parte dos postos deixou de emitir guias para exames que atestam as consequências do vírus e os médicos destas unidades passaram a verificar a enfermidade pelos sintomas clínicos (veja quadro). Até ontem, havia 522 casos confirmados.
O Comércio buscou informações anonimamente em dez repartições da cidade e soube em parte delas que desde a semana passada a rede básica não faz mais a triagem sorológica, que verifica a presença de anticorpos específicos que confirmam a doença. Em alguns casos, funcionários disseram que a mudança de procedimento ocorreu por se tratar de epidemia.
O secretário de Saúde, Gilson Scatimburgo, afirma que a transição para os exames
clínico-epidemiológicos segue regramento do Ministério da Saúde e que não há risco de subnotificação. A partir da ruptura do coeficiente de incidência da doença, que é de 150 casos positivos para cada 100 mil habitantes, a infestação está confirmada e a sorologia fica dispensada.
Mesmo assim, a Vigilância Epidemiológica obteve autorização para fazer mais 200 exames, que estão em vias de acabar. “Se a pessoa tem todas as características clínicas e mora em uma área de transmissão, vamos notificar como dengue, porque não vai mudar nada. Tendo ou não a doença, o tratamento é o mesmo”, menciona.
O hemograma, que confirma redução de plaquetas, continua sendo requisitado nos postos de saúde (veja quadro).
Equipado
A Prefeitura equipou a unidade básica de saúde (UBS) do Jardim São Benedito para recepcionar pacientes com suspeitas da doença. O espaço, que funciona provisoriamente na antiga sede do Hospital São Judas Tadeu, está preparado para ministrar soros e orientar pacientes.
A cozinheira Eva Maria de Carvalho, 45 anos, moradora do Jardim Padre Augusto Sani, relata que ela e o marido tiveram resultado positivo para a doença, enquanto a filha passou a apresentar os sintomas recentemente.
Já o calçadista Fábio Rogério Ribeiro, 31 anos, que vive no Jardim Cila Bauab, conta que na quarta-feira da semana passada fez exame para detecção, também com resultado positivo. Segundo ele, os sintomas, como febre e dores, foram intensos, mas amenizaram-se depois de alguns dias. “A população e a Prefeitura precisam trabalhar em conjunto para combater a dengue”, opina. (João Guilherme D"Arcadia e Matheus Orlando)