Palestras incentivam lideranças a buscarem representatividade política
“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...”
A música “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, de Geraldo Vandré, emocionou os cerca de 300 delegados presentes na manhã de sábado (24) no XIV Encontro de Dirigentes Sindicais e Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo. Ela foi escolhida pelo presidente da Federação da Saúde, Edison Laércio de Oliveira, para motivar os representantes da categoria a se envolverem com política partidária, visando à conquista de poder em todas as esferas de governo.
A música/hino finalizou as palestras matinais, nas quais participaram o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah; o mestre em economia e professor universitário Odilon Guedes (ex-vereador de São Paulo); e o assessor do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Unimed (NAE), Sérgio Motti Trombelli, também especialista em marketing político e professor universitário. Em discussão estava a representatividade política dos profissionais da saúde.
Ricardo Patah aproveitou sua passagem pelo Encontro Paulista da Saúde para assinar documento no qual a entidade (e outras centrais sindicais) se comprometem a defender a jornada de 30 horas para os trabalhadores da enfermagem. Sobre isso, falou que é preciso se articular com deputados, afinal são eles que decidem a questão da jornada de trabalho.
O dirigente falou que a UGT tem oito deputados federais e dois estaduais que vestem a camisa da entidade para defender os interesses dos filiados, como é o caso da Federação dos Trabalhadores da Saúde de São Paulo. Ele fala que o movimento sindical precisa ter seus representantes. “Hoje, se não fizermos isso estamos perdidos, literalmente.” E completa: “A questão das 30 horas para a enfermagem não vai ficar uma luta exclusiva dos sindicatos e da Federação. A partir de agora é coisa de central sindical.”
Tomada de rumo – O economista Odilon Guedes, que já foi vereador em São Paulo, abordou na palestra a importância de o trabalhador da saúde ser representado politicamente. E enfatizou que é preciso estar informado e ter conhecimento sobre leis e orçamentos, afinal, é no orçamento onde está o dinheiro que pode ser investido na melhoria da vida da população.
Segundo ele, pesquisa recente mostra que o cidadão que ganha até três salários-mínimos paga, proporcionalmente, mais impostos do aquele que ganha mais de 30 salários: 53,9% dos rendimentos, contra 29% dos ricaços. Esse sistema é injusto, já que tributa o consumo e não a renda.
“A política é o fator de transformação da sociedade. Qualquer decisão se dá na política”, fala Guedes, que classifica fundamental a atuação sindical e política caminharem juntas. E cita alguns motivos para se eleger gente da saúde: discutir cargas de impostos e onde será gasto o dinheiro público e defender a redução da jornada.
“Temos de usar o voto a nosso favor. Temos de eleger nossos representantes”, alerta Odilon Guedes. Ele diz que é preciso acreditar na política com princípios e honesta, que o dirigente dos sindicatos precisa despertar para essa política partidária e extrapolar as ações meramente sindicais. E finaliza, dizendo que é fundamental saber escolher os candidatos e se preparar para também ser candidato.
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