Centrais sindicais e Federação Paulista da Saúde assinam termo de compromisso pelos trabalhadores
Dando sequência ao XIV Encontro Paulista da Saúde, as centrais sindicais, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) assinaram, juntamente com a Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, o termo de compromisso para realização de um trabalho conjunto em favor dos projetos de lei voltados para os trabalhadores da saúde.
Em conjunto, as centrais somarão forças para desenvolver um trabalho com as autoridades competentes e com o Congresso Nacional para a aprovação dos projetos de lei favoráveis aos trabalhadores da saúde, a exemplo do que prevê a jornada de 30 horas e o piso nacional para a enfermagem. Assumem também o compromisso de realizar um seminário com o objetivo de debater e definir estratégias e um plano de trabalho, visando intensificar a mobilização dos profissionais da saúde no Congresso Nacional de forma a garantir a aprovação da redução da jornada e piso nacional.
Representando essas centrais estavam Canindé Pegado, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Luiz Antonio Festino, diretor de Assuntos Trabalhistas, da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), além de Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores do Estado de São Paulo, que abriu o debate sobre as condições de trabalho na área da saúde.
O projeto das 30 horas, que tramita no Congresso Nacional, é um assunto que envolve sindicatos e trabalhadores da saúde de todo o Brasil, ainda revolta trabalhadores e dirigentes sindicais da área e foi muito debatido entre os participantes. Para o sindicalista Luiz Antonio Festino, a jornada de trabalho para o profissional da saúde tem que ser respeitada. ``Só entende a necessidade de reduzir a jornada do profissional quem passa pela experiência, ruim, é claro, é ficar internado em um hospital por muito tempo``, diz ele, com propriedade por ter experimentado esta situação. ``Um projeto de relevância, que fica relegado a segundo plano e não entra na ordem do dia para votação. É preciso que a sociedade cobre de seus políticos a aprovação do projeto que garantirá melhor atendimento para seus familiares``, completou.
Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), é defensor da redução da jornada de trabalho para os profissionais da saúde porque é uma área que não pode cometer erros. ``É um trabalho que mexe com vida e, portanto, não pode errar, por isso precisa da redução da jornada; seis horas é tempo aceitável para trabalhar com razão e eficiência, mas que esta redução não venha acompanhada de redução de salário; ao contrário, devem vir com salário digno``, diz ele.
O sindicalista elogia a iniciativa da passeata pela valorização do profissional, promovida em várias cidades do Estado pela Federação e alega que o movimento foi muito importante para mostrar que os trabalhadores estão descontentes e querem salários compatíveis com o fazem e, cosequentemente com redução de jornada. ``A pressão tem que ser forte junto ao Congresso e movimento deste porte tem que continuar e ser firme``, destaca ele.
Canindé Pegado, secretário-geral da Central Geral dos Trabalhadores (UGT), destaca que no Brasil existem 1,5 milhão de trabalhadores na área da saúde que trabalham 24 horas diretamente ligados ao paciente e a redução da jornada é essencial para o desempenho de suas atividades. ``Se os assistentes sociais, os fisioterapeutas já têm a regulamentação da jornada de 30 horas, porque não para os demais?``, questiona Pegado.
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que com a redução da jornada para 30 horas para os trabalhadores da saúde, os gastos seriam em torno de 2% e não 26% como afirma a presidente Dilma Rousself. ``Este estudo veio para desmistificar problemas para aprovação do projeto``.
A mobilização dos profissionais da saúde junto com as centrais sindicais foi de fundamental importância quando as delegações estiveram em Brasília e entregaram ao vice-presidente da República, Michel Temer, um documento contendo mais de 15 mil assinaturas, solicitando a aprovação do projeto das 30 horas.
``Além de abrir campo para mais emprego, a redução da jornada resultará também em maior qualidade de atendimento``, resumiu o presidente da Federação, Edison de Oliveira.
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